segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Ai se eu te pego!!!
Assisti ontem uma matéria, num programa jornalístico da TV, sobre o fenômeno "Ai se eu te pego" do Michel Teló, na Europa. Espero que minhas palavras não espalhem uma conotação preconceituosa, pois a música é alegre e daquelas que ficam rodeando nosso cérebro e saindo dos nossos lábios de forma automática. O que me incomoda e impressiona é a constatação da força de uma mensagem brasileira tão vazia. Possuimos uma cultura maravilhosa, nossa MPB é rica e mesmo sendo eclética não é comum uma super valorização como a apresentada pela matéria jornalística. Fiquei com vergonha, não do cantor, ele está correndo atrás daquilo que acredita. Apostou numa linha e segue defendendo sua musicalidade, aliás eu não sou uma crítica musical. No momento meu foco está direcionado para a falta de foco. Falta de mensagens, se não for exigir muito, quem sabe até poesias. Cazuza com toda a sua doideira e irreverência gritava que os heróis morreram de overdose. Gonzaguinha criou uma oração quando colocou o dedo na ferida e afirmou que um homem sem trabalho não tem honra, morre e mata. Zé Geraldo apresentou o rosto maltratado do peão de obra, quando escreveu Cidadão...tá vendo aquela escola moço? Então o mundo globalizado canta e faz toda a coreografia do Michel. Bom pra ele, claro. Triste pra nós, educadores que vamos ter que provar para nossos alunos que sucesso na vida é muito mais do que delícia...assim vocês me matam!!!
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Perfeito, Mariza, como era de se esperar...
ResponderExcluirQuem sabe nossos blogs, de mãos dadas, não reverterão um pouquinho do quadro triste em que se encontra a Educação no nosso país?
Pretensão pensar assim? Que é feito dos Educadores que não são pretensiosos?
Um prazer ler você!
Amiga quero lhe agradecer por redespertar em mim o prazer adormecido da escrita e exposição dos meus pensamentos. Fiz esse Blog por um incentivo seu. Beijos e vamos dar as mãos!!!
ExcluirAdorei o seu comentário e concordo. Sou amante da nossa velha e boa MPB, especialmente da Bossa Nova, de ritmos diferenciados e ecléticos, mas também não consigo entender como a massa não pode valorizar o Oswaldo Montenegro, a Elis, Leila Pinheiro, Rita Ribeiro, o Ton, o Chico, Gil, o saudoso Gonzaguinha, o Vinícius de Morais, Vander Lee e tantos outros...! É possível que talvez aí tenhamos o legado de apresentar aos nosso alunos aquilo que não conhecem, pois às vezes não valorizamos o que é bom, simplesmente por não ter conhecimento sobre o assunto.O desafio é nosso! Beijo grande.
ResponderExcluirÉ isso mesmo Girlayne, nós podemos! Essa é a diferença entre a nossa profissão e qualquer outra. Somos educadores e temos a faca e o queijo na mão para transformar, apesar das dificuldades, apesar dos que dificultam. Pessoas como você podem desenvolver projetos nas suas escolas que abracem essa vontade de fazê-los conhecer. Ignorar uma coisa nos torna ignorantes, podemos e devemos investir nos nossos desafios. Obrigada pelo carinho.
ExcluirÉ Mariza,tentei ir ao show do Chico e estava tudo esgotado...não estamos perdidos então,rs...apesar de não ouvir nossa boa música brasileira com tanta frequência,não dá pra esquecer Djavan,Roupa Nova(novidade,rs...),Milton,entre milhares que fazem muito sucesso fora do país,mas que raramente a divulgação das premiações acontece...mas ai se eu te pego em inglês: "Oh, if i get you Oh my love, if i get you" e super divulgado.
ResponderExcluirAmei o texto Mariza e digo: ai se eu te pego e te dou um abraço bem forte,rs!Saudade.
Você é muito boa mesmo! Desculpe o furo de ter deixado o Roupa Nova fora do texto rs rs Espero que goste do último texto: Menos a Luiza...
ResponderExcluirPrecisamos perceber toda a intencionalidade da mídia em nosso país. Michel Teló é um rapaz gaúcho que como a maioria dos jovens de lá cantava e valorizava a música regional. Mas isso não dá dinheiro e nem abrangência nacional e menos ainda internacional. O lamentável é vermos este estereótipo transformado em ícone da música brasileira que tem duplo sentido e populariza ainda mais o turismo sexual no Brasil. É a a-culturação (desculpem o hífem) de nosso povo e o mais triste é intencional. Um povo sem raízes, sem valorização da cultura local, que vende uma imagem de vulgarização e ainda aplaude, gosta e paga (e bem caro por isso) . Por outro lado meu grande amor, Chico Buarque, a quem nunca pude assistir, também não será dessa vez, com ingressos a R$300,00 (os de R$120,00 esgotaram-se no primeiro dia) não é show para o povo.
ResponderExcluirA cultura está cada vez mais elitizada e para o povo, as sobras que erotizam cada vez mais cedo nossas crianças e retiram o foco de uma educação de qualidade. Temo pelo futuro de nosso povo.
É isso mesmo Janaína, temos de refletir, nos conscientizar e até mesmo temer, porém nãó podemos desacreditar do nosso poder de educadores e levar essas questões para a escola. Abrir as possibilidades de ação. Apresentar nossas reflexões para aqueles que ainda não vislumbraram alguns aspectos da mídia. Obrigada pela sua valiosa contriuição e espero poder estar contando sempre com você nesse Blog.
ResponderExcluirOi Minha amiga
ResponderExcluirParabéns pelo blog. Todo esse conhecimento merecia ser compartilhado. Você criou o blog e nós iremos nos deliciar lendo textos profundos e interessantes.
Já sou sua seguidora.Um abraço
Bethemática
Obrigada amiga, preciso mesmo de pessoas como você compartilhando as idéias. Beijos
ResponderExcluirQue bela crítica, Mariza! Excelente texto! Parabéns!!!
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